quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CARTA AO MEU PAI

A nostalgia me acompanha... da mesma forma, a saudade está presente em minha vida, todos os dias.
A saudade da família parece apertar a cada dia. Porém, a saudade é um bom sinal. Sinal de que a distância física não separa os corações que se amam.
Na virada do ano estive com meus pais e meu irmão mais novo, Moisés, em Cunha Porã/SC. É sempre bom estar lá, é lugar de refúgio, onde encontro descanso. Sempre que retorno de lá, a saudade parece aumentar.
Pensando nisso, e me lembrando dos momentos bons, lembrei de uma carta que escrevi para o meu pai, na ocasião de seu aniversário, em outubro de 2011, a qual desejo compartilhar aqui, como forma de agradecimento aos meus pais, que sempre me educaram com amor:

"Pai,

Hoje é o seu aniversário!
A última ‘carta’ que te escrevi já está fazendo aniversário também. Por isso, decidi que é hora de te escrever novamente!
Deus te presenteia com mais um ano de vida! Até aqui, a mão Dele te amparou, te guiou, te fortaleceu, e te ergueu!
Eu agradeço a Deus por sua vida, pelo privilégio de ser tua filha!
Por vezes minhas palavras poderão ser repetitivas, mas não quero cansar de dizer o quanto amo vocês, e o quanto vocês são especiais na minha vida.
Pai, mãe, vocês são meus exemplos de vida! Vocês me ensinaram a ter compaixão, a ter misericórdia, a cuidar do meio-ambiente, a ter respeito com os outros, me ensinaram o que é amar. Vocês me mostraram o quanto é importante ser fiel, à Deus, e um ao outro. Vocês me ensinaram que o amor permanece, mesmo quando surgem os problemas, as crises, e as dificuldades financeiras. Vocês são meu porto seguro, meu refúgio, onde encontro paz, amor, carinho.
Vocês são meus referenciais! Meu desejo é de poder ter a graça de ter um casamento duradouro como o de vocês! Vocês são meu espelho, e por ver o amor que vocês tem um pelo outro, me faz continuar tendo esperança de um dia também viver um amor assim.
Agradeço a vocês por estarem comigo, em todos os momentos. Vocês tem sido marcantes em minha vida! Lembro de uma vez que vocês me escreveram que me deram asas e raízes. E eu sou grata por isso! Sou grata por terem me permitido ‘voar’, e por se alegrarem com meu retorno. Sou grata por que em vocês eu tenho um chão, eu tenho um lugar, eu tenho um lar.
Sou grata por cada oração, por cada conversa, pelas repreensões... sei que durante muitas vezes fiz o que não era legal, e que de alguma forma, fiz vocês se entristecerem. Mas, mesmo assim, vocês demonstraram amor, compaixão e misericórdia. Agradeço por que eu posso compartilhar da minha vida com vocês, mesmo dos detalhes não tão agradáveis, e encontrar em vocês um olhar de compaixão.
Agradeço por que vocês me ensinaram a amar a Deus. E por me ouvirem e não me julgarem nas vezes em que eu disse que estava com raiva de Deus. Por essa forma de vocês me demostrarem o amor, eu pude reencontrar o amor de Deus. Através de todo amor e compaixão que encontrei em vocês, pude perceber ainda mais o amor que Deus sente por mim. Vocês me fizeram acreditar que, se vocês, sendo falhos, puderam me amar e me aceitar como sou, mesmo com meus erros, quanto mais Deus me amará e me aceitará sempre de volta.
Lembro de quando vocês me perguntaram se tenho alguma mágoa em relação a vocês... Não guardo nenhuma mágoa. Eu sei, vocês não são perfeitos. São imperfeitos, falhos, e talvez, em algum momento, cometeram erros. Mas, esses erros não se comparam com o amor que vocês me educaram. Quero dizer que não guardo mágoas, mas sim, tenho orgulho de tê-los como pais. E, se algum dia eu receber a graça de ser mãe, ficaria feliz se conseguisse educar meus filhos de forma parecida com que vocês me educaram.
Eu amo vocês!"

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CATIVE!

‎'Eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim... Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz'. (do livro 'O Pequeno Príncipe')

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

APARÊNCIAS

Vejo um homem de olhar bravo. Meio carrancudo. Por vezes, um olhar triste. Um homem que não demonstra muitos sentimentos, e que sente certa dificuldade de abraçar. Alguns o julgam, dizendo que é frio. Apenas olham as aparências.
Mas este homem carrega marcas. Duras marcas que a vida deixou nele.
A começar pela infância... veio de outro país, fugindo da fome ou da guerra.
Levou tempo para que se acostumasse nesse país, para que conseguisse construir sua vida.
Quando jovem, se casou. Tiveram alguns filhos. Dois desses filhos, mais tarde, vieram a falecer. Sua esposa também morreu. Casou-se novamente, e depois de alguns anos, a segunda esposa também morreu.
Ele pode parecer um homem duro, mas a vida foi dura com ele. Só ele sabe das dores que ele carrega. Daquilo que ele leva consigo durante muitos anos.
Eu, no lugar dele, já estaria desejando a morte. Já teria perdido a vontade de viver.

Esse homem é meu avô. Durante muito tempo apenas o julguei, e não queria compreendê-lo. Sempre foi mais fácil dizer que ele era chato do que tentar entender porque eu o achava tão diferente.
Hoje eu o admiro. Admiro sua garra. Se eu estivesse no lugar dele, talvez já teria desistido de viver há muito tempo. E ele continua firme, levando a vida. No seu jeito, à sua maneira, no seu mundo.

CHORAR...

"Chorar faz bem... alivia a alma. Mas chega um momento em que é necessário parar de chorar e tomar uma decisão".

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

COMPAIXÃO

Não posso deixar de falar na Graça... na Graça de Deus. É ela que tem me guiado, me sustentado. Que tem me dado ânimo pra continuar caminhando.
Ultimamente tenho entendido e aceitado a graça de Deus de forma diferente da qual estava acostumada.
De certa forma, tenho comparado o amor de Deus com o amor de meus pais. Às vezes cometo erros. Deixo-os magoados. Faço coisas que os entristecem.  Mas tenho encontrado neles amor, perdão e graça. Olho pra eles, e em seus olhos, encontro compaixão, encontro paz. Nos braços deles eu recebo amor. Eles me corrigem, apontam meus erros, mas não me julgam simplesmente.
Penso que se consigo encontrar amor e compaixão neles, que são seres humanos, falhos como qualquer um, quanto mais posso encontrar amor e compaixão em Deus, que jamais falhou.

É BOM LEMBRAR...

Falaram pra seguir em frente, pra simplesmente esquecer o passado.
Falam que a vida é bela. Que a vida é fácil. Que devo esquecer quem me magoou. Que devo esquecer meus erros. Que devo deixar tudo pra trás. Que é hora de parar de chorar.
Falam que estou gorda. Ou magra demais. Que falo demais. Que sou tímida. Que sou extrovertida demais. Ou introvertida demais.  Me chamaram de imatura.
Mas ninguém quer calçar meus sapatos. Ninguém quer saber onde meu calo aperta. Ninguém quer caminhar comigo. Ninguém quer tentar me entender. Não querem saber da minha vida, do meu passado. Não dão a mínima para tudo o que já passei, para tudo o que já senti. Não dão a mínima para o que me fez ser do jeito que sou. Não querem saber das lágrimas que derramei, das dores que fui obrigada a esquecer. Do que tive que engolir. Das vezes em que caí, e onde fui capaz de me levantar.
Simplesmente falam, porque é mais fácil falar do que tentar entender. Do que tentar sentir a mesma dor.

(Palavras... sentimentos... pensamentos aleatórios. Não, não estou revoltada com a vida, nem com ninguém. Acho que sempre devemos nos lembrar disso: todos carregam uma história de vida, diferente da nossa. Pessoas que precisam de um olhar atento, olhar de compaixão. É um lembrete pra mim mesma, que já julguei demais, e às vezes ainda julgo. Simplesmente porque é mais fácil falar do que tentar fazer qualquer coisa para ajudar alguém).

PORÉM NADA MUDA

Sexo... drogas... pornografia... masturbação... álcool... cigarros... músicas... livros...
Muitas vezes usamos uma ou várias dessas coisas pra nos 'esconder'... esconder de nós mesmos... dos nossos vazios... dos nossos medos... para fugir dos nossos sentimentos... para fugir da realidade...
E essas coisas nos trazem prazeres, nos trazem sensações maravilhosas, nos faz esquecer dos nossos problemas e de tudo o que sentimos.
Mas essa sensação logo vai embora. O prazer acaba. E faz voltar os mesmos sentimentos de antes.
E percebemos que nossos vazios continuam os mesmos, nossas dores permanecem.
Que podemos fazer o que quisermos... a dor continuará lá.