quinta-feira, 10 de setembro de 2009

VI, OUVI, DESCI...


O livro de Êxodo narra a saída dos israelitas do Egito e os anos em que viveram no deserto antes de chegar a Canaã, a Terra Prometida.

Deus 'adota' esse povo, como sendo seu povo especial.

Em Êxodo, encontramos a história de Moisés. Moisés, quando neném, foi jogado no rio por sua mãe, e foi resgatado pela filha do Faraó. Cresce tendo uma educação para ser faraó.

Quando adulto, Moisés mata um egípcio e o esconde na areia, e após ser descoberto, fugiu para uma terra chamada Midiã.

Lá, ele se casa com uma das filhas do sacerdote, e é encarregado de apascentar as suas ovelhas.

Anteriormente, Moisés vivia num palácio, tendo tudo o que queria, agora, cuida de ovelhas no deserto. Ovelhas que nem são suas.

Deus se revela a Moisés de maneira especial no capítulo 3, versículos 1-15 do livro de Êxodo.

O texto nos diz que Moisés está ocupado em seus afazeres, cuidando do rebanho.

Deus então se revela, se manifesta. Deus atrai Moisés pela curiosidade, com uma sarça ardente, que não se consumia. Deus não podia se revelar pessoalmente, porque ninguém pode ver sua face e continuar vivendo. Escolheu então se revelar através do arbusto. Era comum os arbustos secos se queimarem no deserto, devido ao calor intenso. Mas era milagre um arbusto não se consumir com o fogo. Deus chama Moisés pelo nome e pede para ele tirar as sandálias dos pés. Tirar a sandália dos pés era costume das culturas e religiões orientais, no sentido de reverência, respeito, ao entrar em lugares sagrados.

A partir desse momento o passado de Moisés não tem mais domínio sobre sua vida. É o momento tranformador da vida de Moisés.

Deus manifesta o seu propósito e comissiona Moisés. Deus se revela como um Deus presente, que atua na história do povo: Vi a aflição do meu povo, ouvi o seu clamor, e desci para livrá-lo. Essa é a diferença de Deus e dos 'deuses': os deuses nada fazem. Deus, porém, vem ao encontro do ser humano para o livrar das suas angústias e sofrimentos.

A terra faz parte da promessa feita a Abraão - é um presente de Deus para seu povo.

Deus envia Moisés, e ele dá desculpas, perguntando: 'quem sou eu'? E Deus responde dizendo quem Ele é! Deus promete que sempre estará com Moisés. Promete libertar o povo da escravidão. Essa libertação deve culminar numa profunda intimidade com Deus, para que não retorne a vida de escravidão.

Deus então revela seu nome: Eu sou o que sou.

Ele é único - nada se parece com Ele. Ele é o Altíssimo, o Soberano, sem nenhuma comparação. Está acima de tudo. Ele foi, Ele é, Ele sempre será!

Deus se revela como o passado, o presente e o futuro, o que será lembrado de geração em geração.

Deus se manifesta agindo no decorrer da história. Deus é o Deus que se revela para atender o clamor do povo. Ele dá segurança em meio ao mundo de insegurança.

Moisés quer saber o nome de Deus para poder mencionar diante dos israelitas como prova de que Deus tinha mesmo se revelado e dado autoridade para falar de sua parte.

Nos tempos antigos, o nome estava relacionado com a essência da pessoa, expressava o seu caráter. Conhecer o nome de alguém era ter acesso ao seu próprio caráter.

EU sou o que sou significa: Eu sou aquele que existe realmente e por si mesmo, não como os falsos deuses que não são e nada podem. EU sou aquele que está sempre com você para salvá-lo.

A misericórdia de Deus é um de seus maiores atributos. Por causa dela é que Deus percebe o sofrimento do seu povo, vê a sua opressão, ouve o seu clamor.

Deus é o Deus que esteve presente com Moisés, o que libertou o povo da escravidão. É também o Deus que está conosco hoje, que nos liberta. Ele não é o 'cara lá de cima', que está distante, mas é um Deus que está perto. Ele continua ouvindo o seu povo. Continua atento à nossa voz, ao nosso clamor.


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